Talvez o que mais profundamente mexeu comigo ao ler o livro “Child Soldier” foi o paralelismo ou a ausência dele, por Emmanuel Jal ter a minha idade. Imaginar tudo o que ele passou e sofreu na sua infância, é devastador e mais ainda porque é apenas um no meio de tantos que não têm voz.

Viu gente da sua família a morrer, ser violada e transformou-se numa criança perdida em África entre campos de refugiados à volta daquilo que é hoje o Sul de Sudão. Com idade para brincar com “carrinhos”, pegou numa arma e foi ensinado a matar.

Uma história de vida com peripécias inacreditáveis, que me faz admirar imenso o seu caracter e o que representa. A vida levou-o a expressar-se através da música, que para mim é exactamente como eu gosto: sentida, cheia de alma e simbolismo, que nos arrepia e transporta para o seu Mundo. Foi salvo por uma inglesa Emma McCune, a quem dedicou uma das músicas mais bonitas que conheço, e que faço questão de ouvir sempre que preciso de inspiração “divina”.

Um dos livros que mais me marcou até hoje, também porque o li no meio da guerra da Rép. Democrática do Congo, onde tantas histórias como a dele co-existiam à minha volta.

Provavelmente a minha TEDtalk preferida.Gustavo Carona

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